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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Reino de Axum



Axum foi um reino africano que se tornou conhecido pelos povos da região, incluindo o Mediterrâneo, por volta do século I.





Os altos Planaltos da atual Etiópia, na África oriental com altura médica de 2 mil metros, dão à região um clima fresco com chuvas de verão. O solo fértil de origem vulcânica garante uma agricultura farta capaz de alimentar uma grande população. No início da Era Cristã, ali nasceu o reno de Axum. Sua prosperidade vinha da agricultura e do comercio realizado no porto de Adulis, no Mar Vermelho. Em Adulis era comercializado o ouro, marfim e escravos da África, vinho romano, incenso da Arábia, seda da China, corantes e especiarias.


Tinha a sua capital na cidade de Aksum, na atual Etiópia, embora as cidades mais prósperas fossem os portos do Mar Vermelho de Adulis e Matara, na atual Eritreia. Tal como, mais tarde, os reis da Etiópia acreditavam ser descendentes do rei Salomão e da Rainha de Sabá, os monarcas axumitas tinham a mesma crença.


Afresco etíope da rainha de Sabá rumo a Jerusalém, cavalgando e armada com espada e lança.


Aparentemente, este reino começou a estabelecer-se nesta região no século V a.C., uma vez que muitos dos monumentos de Aksum são dessa altura. No entanto, não há muita informação sobre esses tempos antigos, até Axum atingir o seu apogeu. No século II, Axum adquiriu estados na Península Arábica, conquistou o norte da Etiópia e, finalmente, o estado de Kush, cerca do ano 350. Os axumitas controlavam uma das mais importantes rotas comerciais do mundo e ocupavam uma das mais férteis regiões no Mundo. Aksum encontrava-se diretamente no caminho das crescentes rotas comerciais entre a África, a Arábia e a Índia e, como resultado, tornou-se fabulosamente rica e as suas maiores cidades tornaram-se centros cosmopolitas, com populações de judeus, núbios, cristãos e até budistas.



A religião original de Axum era politeísta; aos deuses ofereciam-se animais e erguiam-lhes tronos de pedra em agradecimento pelas vitórias militares. Por volta do ano 300, o cristianismo começou a se difundir pelo reino vindo a se tornar religião oficial quando o rei Ezana se converteu e foi batizado como Abriha. Axum foi o primeiro reino cristão da História.

 Rei Ezana II

O reino de Axum foi o primeiro estado africano a cunhar a sua própria moeda, aparentemente começando no reinado de Endubis (cerca de 270) até ao de Armah (aproximadamente 610). Este estado criou igualmente, também no século III o seu próprio alfabeto, denominado ge'ez (que corresponde igualmente a uma língua ainda falada na região).




A riqueza proporcionada pelo comércio fortaleceu o reino axumita que estendeu seu poder ao sul da Arábia e sobre o reino de Kush. A cidade de Aksum, capital do reino, tornou-se um centro cosmopolita com populações de judeus, cristãos, árabes, indianos, gregos e outros. As cidades axumitas se encheram de construções reais, como castelos e enormes obeliscos monolíticos possivelmente erguidos em honra aos soberanos mortos.
   


 

No Século VIII, árabes muçulmanos invadiram o reino destruíram a próspera Adulis e passaram a dominar o comércio, o reino de Axum enfraqueceu e empobreceu.



Curiosidades

Aksum ou Axum é uma cidade do norte da Etiópia, capital do antigo Império de Aksum (também referido como Reino de Aksum), um dos estados mais poderosos da região entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia, entre os séculos I e XIII. As ruínas da cidade incluem obeliscos monolíticos, estelas gigantes, túmulos reais e antigos castelos. Por estas razões, as ruínas da cidade foram inscritas pela UNESCO, em 1980 na lista do Património Mundial. A Igreja Ortodoxa Etíope afirma que a igreja de Nossa Senhora Maria de Zion, em Aksum, contém a Arca da Aliança mencionada na Bíblia, dentra da qual se encontram as Tábuas da Lei onde estão inscritos os Dez Mandamentos. Foi nesta mesma igreja que os imperadores etíopes foram coroados durante séculos, mesmo depois do declínio do reino de Axum, no século X, até ao reinado de Fasilidos e depois a partir de Yohannes IV, até ao fim do império.

 
 A Igreja de Nossa Senhora Maria de Zion, em Aksum
 
Aksum é considerada a cidade mais sagrada da Etiópia e é um importante destino de peregrinações. Alguns festivais religiosos dignos de mencionar são o Festival T'imk'et (equivalente à Epifania nas igrejas cristãs ocidentais), a 7 de Janeiro e o Festival de Maryam Zion nos finais de Novembro.

Em 1937, um obelisco com 24 m de altura e 1700 anos de idade foi cortado em três partes por soldados italianos e enviado de Aksum para Roma. Este obelisco é considerado um dos mais refinados exemplos da engenharia do império axumita e, apesar de um acordo mediado pela ONU, em 1947, de que o obelisco seria devolvido, o governo italiano não o cumpriu, resultando numa longa disputa diplomática com o governo etíope, que vê no monumento um símbolo de identidade nacional. Finalmente, em Abril de 2005, a Itália começou por devolver o obelisco em pedaços. Voltou à sua forma e lugar original, sendo re-inaugurado em 4 de setembro de 2008.


Visitar a Etiópia é mais que pisar nas terras onde arqueólogos encontraram os mais antigos esqueletos humanos - com cerca de 200 mil anos. No norte do país, próxima à fronteira com a Eritréia, a cidade de Axum tem ruínas de monumentos e tumbas daquele que foi o mais importante reino africano dos dez primeiros séculos da era cristã.

   As tumbas reais que podem ser visitadas pelos turistas locais

Construídos entre os séculos I e XIII, os monumentos de Axum garantiram a inclusão da Etiópia na lista de Patrimônios da Humanidade, da Unesco. Em sua paisagem, destacam-se 176 obeliscos gigantes (o maior tem 33 metros de altura), esculpidos com os emblemas reais do reino e colocados junto às tumbas reais, que podem ser visitadas.

 Moradora local em frente à porta de casa, em Axum.



 Templo na cidade de Lalibela, Etiópia


Em setembro de 2008, o segundo mais alto obelisco de Axum foi reinstalado em seu lugar original. Com 24 metros de altura, 1.500 toneladas e cerca de 1.700 anos de idade, a peça havia sido retirada da Etiópia em 1937 por tropas de Mussolini, que o instalaram em Roma.
Na paisagem destacam-se 176 obeliscos gigantes - o maior tem 33 metros de altura


Menos material que o patrimônio tombado pela Unesco e não menos valoroso é o clima de mistério conferido à Axum pela crença de que em seu território estariam a arca da aliança (cofre que abrigaria as tábuas com os Dez Mandamentos) e a casa da rainha de Sabá - reino que existiu entre do século 16 ao 1 antes de Cristo entre a Península Arábica e a região conhecida como "Chifre da África".

A cidade de Axum tem ruínas de monumentos e tumbas daquele que foi o mais importante reino africano dos dez primeiros séculos da era cristã


Dos mistérios originados pela história incerta do Sabá, um dos maiores é a existência dessa rainha, cuja beleza e inteligência teriam feito o rei Salomão pedir-lhe em casamento. Tudo isso mantém uma áurea de interesse em torno da Etiópia, mesmo tendo já sido palco de descobertas muito importantes, como a de 1974: a ossada de Lucy, uma espécie ancestral dos humanos, o Australopithecus afarensis.


 Rainha de Sabá

 Relevo renascentista da rainha de Sabá se encontrando com o rei Salomão - um dos vários painéis que compõem o portal do Batistério de Florença.



 A embarcação da Rainha de Sabá, pintura de Claude Lorrain, 1648.

Na região há um mistério sobre a existência da arca da aliança e da casa da rainha de Sabá .
Situado a 2.000 metros de altitude, no sul da península arábica, o país do “aroma dourado” ficou por um longo tempo isolado das impurezas e tristezas que atingiam a vida dos seres humanos.

Sabá de Biltis, a poderosa rainha, figura que atrai interesse de tantos pesquisadores da atualidade. Sabá do Rei Balak e seus valiosos papiros, os quais fizeram reviver os ensinamentos dos sábios caldeus ligados à construção da Grande Pirâmide do Egito. Sabá da famosa viagem da rainha em visita ao célebre rei judeu, Salomão. São retratados também dois egípcios que, em visita ao reino, trouxeram grande saber sobre Moisés e um misterioso príncipe do deserto.

Fontes:

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