O Reino do Benin foi formado anos mais tarde que Ifé, entre os séculos XII e XIII. A região já era ocupada havia milhares de anos por povos denominados edos.
Segundo a tradição local, a monarquia do Benin era formada por descendentes de um rei de Ifé. Portanto, havia uma íntima ligação entre as duas cidades, e seus reis também eram chamados de obás.
Assim como Ifé, Benin era um ponto de encontro de mercadores, que utilizavam como moeda barras e manilhas de cobre e pedaços de ferro.
Os reis do Benin fortaleceram seu poder conquistando mais de 200 cidades e aldeias a partir do século XV. Essas conquistas se devem principalmente ao poderoso exército local. Após essas conquistas, os soberanos ergueram muralhas e construíram um imponente palácio.
Os obás do Benin também eram responsáveis pelos cultos religiosos, e seu poder era considerado divino. Ricos e poderosos, os obás eram protetores dos artesãos e dos artistas. Os artesãos se especializaram em esculturas de bronze e cobre, além de placas para adornar o palácio real.
No Benin, as mulheres tinham direito à participação política, o que possibilitou que algumas ocupassem o cargo de obá. A rainha-mãe tinha grande prestígio e veneração dos súditos.
Conhecendo um pouco mais...
A capital do reino era dividida em quarteirões especializados em atividades produtivas: fabricação de tambores; fundição de bronze; curtumes, esculturas em madeira. A renda do rei provinha de tributos cobrados sobre bens alimentares e produtos artesanais. O rei dispunha também do trabalho dos cativos, geralmente estranhos, e do monopólio das exportações.Na direção do Estado, o rei contava com a assistência dos dignatários (aqueles que ocupam cargo elevado ou que têm alta graduação honorífica) e de outros homens livres que davam prova de competência e honestidade. Eles recebiam títulos e funções que, somados, formavam uma complexa estrutura social hierarquizada. A partir do século XV, Benin estabeleceu relações mercantis com Portugal e outros países europeus com base no tráfico negreiro e no comércio de manilhas de ouro.
Kabengele Munanga. Origens africanas do Brasil contemporâneo. São Paulo: Global, 2009. p.66
Fonte: Renato Mocellin, Rosiane de Camargo. Perspectiva história, 7. 2ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2012. pp.169-170
Benin em imagens: ontem e hoje
Obá recebendo um grupo de embaixadores portugueses no século XVI
Ilustração de Angus McBride mostrando um obá do Império do Benin
Origem
Segundo um conto tradicional, fala-se de um Estado, uma forma de república anterior ao reino. Os povos originais e fundadores do Império de Benim, o povo Bini, foram inicialmente governados pelos Ogisos (Reis do Céu). A cidade de Ubini (mais tarde chamada Benin City) foi fundada em 1180.
Cerca de 36 Ogiso conhecidos são contabilizados como príncipes do império. Uma tradição oral afirma que durante o último reinado o Ogiso, seu filho e evidente herdeiro Ekaladerhan foram banidos do Benim em conseqüência de uma mensagem do oráculo para Ogiso, modifica por uma das rainhas. O príncipe Ekaladerhan era um poderoso guerreiro e bem amado. Na partida do Benim se deslocaram no sentido oeste para à terra dos Yoruba. Nessa ocasião, o oráculo de Ifá disse que o povo Yoruba de Ile Ife (também conhecida como Ife) seria regida por um homem que sairá da floresta. Na sequência Ekaladerhans chegou à cidade Yoruba de Ife, ele finalmente subiu à posição do Oba (significado 'rei' ou 'soberano' na língua Yoruba) e depois recebeu o título de Ooni de Ife.
Ele mudou seu nome para 'Izoduwa', (que na língua dele diz, "Eu escolhi o caminho da prosperidade") e ser digno do Grande Oduduwa, também conhecido como Odudua, Oòdua e Eleduwa, dos Yorubas. Na morte de seu pai, o último Ogiso, um grupo de Chefes de Benim liderados pelo Chefe Oliha veio para Ife, implorar ao Oba (Rei) Oduduwa para voltar ao Benim para subir o trono. A resposta de Oduduwa foi "um governante não pode deixar o seu domínio", mas ele tinha sete filhos e iria pedir para um deles voltar ao Benim para se tornar o próximo rei.
Oranyan (também conhecido como Oranmiyan), um dos filhos de Oduduwa e filho da esposa Yoruba de Oduduwa Okanbi, concordou em ir para Benim. Ele passou alguns anos em Benim antes de voltar para as terras Yoruba e estabelecer o seu próprio reino Yoruba de Oyo. Diz-se que ele deixou o local com raiva e chamou-o "Ile Ibinu" (que significa, "terra de aborrecimento e irritação), e foi esta frase que se tornou a origem do antigo nome 'Ubini' de Benin City. Oranmiyan, em seu caminho de casa para Ife, parou brevemente em Ego, onde ele engravidou a princesa Erimwinde, a filha do Enogie de Ego e ela deu à luz uma criança chamada Eweka.
Durante o reinado do Oba Oduduwa como Alaafin de Oyo, Eweka tornou-se o Oba em Ile Ibinu. Oba Ewedo, um ancestral do Oba Ewaka I, mudou o nome da cidade de Ile Ibinu para Ubini, que o português, na sua própria língua, corrompeu-a para Benim ou Bini. Em 1440, Oba Ewuare, também conhecido como 'Ewuare o Grande ", chegou ao poder e transformou a cidade-estado em um império. Cerca de 1470, ele nomeou o novo estado Edo.
Idade de Ouro
Oba do Reino de Benin em procissão, século 17. Giulio
Ferrario,
IL Costume Antico e Moderno (Milano, 1815 1827).
O Oba tornou-se o supremo poder na região. Oba Ewuare, o primeiro Oba Golden Age, é creditado com a Benin City que se converteu em uma fortaleza militar protegida por fossos e paredes. Foi a partir deste baluarte que ele lançou a sua campanha militar, e começou a expansão do reino.
Contato com os Portugueses
Quando os portugueses entram em contato com Benin, por volta de l480, o reino se encontrava em plena expansão. Teria umas oitenta léguas de comprimento por quarenta de largura. Benin vivia em intermináveis guerras em seu processo de expansão. Nos últimos anos do século XV, uma expedição portuguesa foi à capital do reino para estabelecer os primeiros contatos com Evaré, o Grande, o Oba em exercício (era o décimo quinto da dinastia). A Oba recebeu os portugueses de braços abertos.
Cabeça de marfim, Império de Benim,
século XVI (Metropolitan Museum of Art).
O cobre era um dos principais produtos que os Edos obtinham no comércio do Níger. A cola guineense era tradicionalmente trocada pelo cobre e o algodão sudanês. O Oba Esigi que sucedeu Evaré foi ainda mais favorável aos portugueses. Permitiu que missionários cristãos construíssem igrejas no reino, que seus súditos batizassem, porém ele não se converteu ao cristianismo, como fez seu contemporâneo manikongo Afonso, rei do Kongo. O único traço cristão que permaneceu em Benin foi à crucificação de seus inimigos, ou seja, o cristianismo não vingou. Tal castigo era desconhecido na África antes da chegada dos cristãos. O comércio entre os portugueses e Benin, além de escravos, envolvia armas, pimenta, vestimentas, marfim, etc.
Fonte: Civilizações Africanas
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ruim
ResponderExcluirconcordo
ExcluirVc respondeu ao seu próprio comentário?? hahaha
ExcluirGostei muito
ResponderExcluirTb gostei mtt
ResponderExcluirMtt util
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirMuito educativo
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